Estresse e ansiedade podem causar arritmias graves? Entenda a relação mente-coração

A conexão entre o cérebro e o coração é poderosa e direta. Quem nunca sentiu o coração “sair pela boca” antes de uma apresentação importante ou após um susto? Isso acontece porque emoções intensas liberam uma descarga de hormônios na corrente sanguínea, principalmente adrenalina e cortisol.

Essas substâncias preparam o corpo para uma reação de “luta ou fuga”: os vasos sanguíneos se contraem, a pressão sobe e o coração acelera. Em um coração saudável, isso é passageiro. Porém, o estresse crônico e crises de ansiedade severas podem funcionar como gatilhos para problemas reais.

Como a mente afeta o ritmo cardíaco?

  1. Gatilho para Arritmias: Em pessoas que já possuem uma predisposição elétrica (um “fio solto” no coração), o pico de adrenalina causado pelo estresse pode ser a faísca que acende uma arritmia, como a Fibrilação Atrial ou taquicardias supraventriculares.
  2. Extrassístoles: A ansiedade é uma das maiores causas de extrassístoles (aquelas falhas ou pulos no peito) em pacientes jovens e saudáveis.
  3. Síndrome do Coração Partido (Takotsubo): Em situações de estresse emocional extremo (como um luto repentino), pode ocorrer uma condição que simula um infarto, onde o coração fica temporariamente enfraquecido devido à descarga hormonal excessiva.

Portanto, cuidar da mente é cuidar do coração. O tratamento das arritmias muitas vezes envolve não apenas remédios para o coração, mas também o gerenciamento do estresse, terapia e, quando necessário, tratamento da ansiedade. Se suas palpitações pioram quando você está nervoso, relate isso ao seu médico.

As informações acima têm finalidade educativa. Cada pessoa é única e pode precisar de orientações específicas. Se você apresenta sintomas ou deseja um diagnóstico preciso, agende uma consulta.

Dra. Gabriela Bem
Cardiologista e Eletrofisiologista
CRM RS 37390 | RQE Nº 31382 | RQE Nº 35096

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