Fui diagnosticado com Fibrilação Atrial: e agora? O guia para recém-diagnosticados

Receber o diagnóstico de Fibrilação Atrial (FA) pode gerar muitas dúvidas. Afinal, essa é a arritmia sustentada mais comum no mundo e exige cuidados específicos. Mas a boa notícia é que, com o tratamento correto, é possível ter uma vida normal e ativa.

O que é a Fibrilação Atrial?

Na FA, os átrios (câmaras superiores do coração) perdem o ritmo organizado e começam a tremer de forma caótica e muito rápida. Isso faz com que o sangue não seja bombeado com eficiência para os ventrículos, podendo ficar estagnado em alguns cantinhos do coração.

O maior risco: O AVC (Derrame)

Quando o sangue fica parado, ele pode coagular e formar trombos (coágulos). Se esse coágulo se soltar, ele pode viajar pela corrente sanguínea até o cérebro, causando um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Por isso, um dos pilares do tratamento da FA é o uso de anticoagulantes (“afinadores de sangue”) para prevenir a formação desses coágulos.

Como tratamos a Fibrilação Atrial?

O tratamento se baseia em três objetivos principais:

  1. Prevenir coágulos: Avaliando a necessidade de anticoagulantes.
  2. Controlar os sintomas: Usando medicamentos para evitar que o coração bata rápido demais.
  3. Restaurar o ritmo normal: Tentamos trazer o coração de volta ao ritmo sinusal (normal) através de medicamentos antiarrítmicos, cardioversão elétrica (choque controlado) ou da Ablação por Cateter.

Além dos remédios, mudanças no estilo de vida são cruciais: controlar a pressão alta, tratar a apneia do sono, reduzir o álcool e perder peso são medidas que aumentam muito o sucesso do tratamento. O diagnóstico não é uma sentença, mas sim um convite para cuidar melhor do seu coração.

As informações acima têm finalidade educativa. Cada pessoa é única e pode precisar de orientações específicas. Se você apresenta sintomas ou deseja um diagnóstico preciso, agende uma consulta.

Dra. Gabriela Bem
Cardiologista e Eletrofisiologista
CRM RS 37390 | RQE Nº 31382 | RQE Nº 35096

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