Quando exames convencionais como o Eletrocardiograma ou o Holter não são suficientes para detalhar uma arritmia, ou quando precisamos planejar um tratamento curativo, lançamos mão do Estudo Eletrofisiológico (EEF). O nome pode parecer complexo, mas a lógica por trás dele é fascinante.
Pense no EEF como um “cateterismo da parte elétrica”. Enquanto o cateterismo comum olha as artérias (encanamento) para ver se há entupimentos, o Estudo Eletrofisiológico olha a fiação elétrica do coração para descobrir onde está o curto-circuito.
Como o exame é feito?
O procedimento é minimamente invasivo. Sob sedação leve (o paciente dorme e não sente dor), introduzimos cateteres finos — que são como fios encapados — através de uma veia na virilha. Esses cateteres são guiados até o coração com o auxílio de imagens de raio-X.
Uma vez posicionados dentro do coração, esses cateteres funcionam como sensores que captam os sinais elétricos internos. Com isso, conseguimos:
- Provocar a arritmia de forma controlada: Estimulamos o coração para ver exatamente onde a arritmia nasce e por onde ela circula.
- Mapear o problema: Criamos um mapa do sistema elétrico do paciente.
- Testar a gravidade: Avaliamos se há risco de paradas cardíacas ou desmaios.
Muitas vezes, no mesmo procedimento, já é possível realizar a Ablação, que é o tratamento definitivo para cauterizar o foco da arritmia. É um exame fundamental para a medicina de precisão na cardiologia, permitindo tratamentos personalizados e altamente eficazes.
As informações acima têm finalidade educativa. Cada pessoa é única e pode precisar de orientações específicas. Se você apresenta sintomas ou deseja um diagnóstico preciso, agende uma consulta.
Dra. Gabriela Bem
Cardiologista e Eletrofisiologista
CRM RS 37390 | RQE Nº 31382 | RQE Nº 35096