Você já teve a experiência de ter um dia normal e, justamente na hora em que deita a cabeça no travesseiro para relaxar, sente o coração disparar ou bater forte contra o peito? As palpitações noturnas são uma queixa frequente no consultório e costumam gerar muita ansiedade, criando um ciclo vicioso que atrapalha o sono.
Existem algumas razões pelas quais percebemos mais os batimentos cardíacos à noite:
- O silêncio e a posição: Durante o dia, estamos distraídos com barulhos e atividades. À noite, no silêncio do quarto, nossos sentidos ficam mais aguçados. Além disso, ao deitar, especialmente sobre o lado esquerdo, o coração fica mais próximo da parede torácica, tornando a sensação dos batimentos mais perceptível.
- Mudanças no sistema nervoso: Durante o sono, o corpo passa por transições no sistema nervoso autônomo (que controla funções involuntárias). Em algumas fases do sono, pode haver variações na frequência cardíaca que, em pessoas predispostas, desencadeiam arritmias.
- Apneia do Sono: Pessoas que roncam ou têm pausas na respiração durante o sono (apneia) sofrem quedas na oxigenação do sangue. Isso força o coração a trabalhar mais rápido e pode gerar arritmias noturnas, como a Fibrilação Atrial.
- Refluxo Gastroesofágico: O refluxo ácido pode irritar o esôfago e, por proximidade, estimular o coração, causando a sensação de palpitação ao deitar.
Embora muitas vezes a causa seja benigna ou relacionada ao estresse do dia, arritmias que ocorrem especificamente durante o sono devem ser investigadas para descartar problemas estruturais ou respiratórios. Se você acorda com o coração acelerado ou tem dificuldade para pegar no sono por causa das batidas fortes, é hora de avaliar a saúde do seu coração.
As informações acima têm finalidade educativa. Cada pessoa é única e pode precisar de orientações específicas. Se você apresenta sintomas ou deseja um diagnóstico preciso, agende uma consulta.
Dra. Gabriela Bem
Cardiologista e Eletrofisiologista
CRM RS 37390 | RQE Nº 31382 | RQE Nº 35096